Cenário Geral
Nesta segunda-feira, 12 de setembro, se encerra o prazo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para julgar os pedidos de candidaturas registrados. Com isso, passa-se a não ser mais possível a substituição de nomes nas disputas eleitorais. Ainda no âmbito do Judiciário, o dia de hoje também será marcado pela posse da ministra Rosa Weber na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Em relação à disputa presidencial, o Estadão promove sabatinas com os principais candidatos e serão divulgados, pelo menos, o resultado de mais cinco novas pesquisas sobre a intenção de voto para presidente.
Encerra-se hoje prazo para substituição de candidaturas
TSE ainda julga recursos de elegibilidade
Encerra-se nesta segunda-feira, 12 de setembro, prazo para pedidos de substituição e julgamento de candidaturas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A partir de hoje, os candidatos só podem ser substituídos em caso de falecimento. A data precede em 20 dias as Eleições Gerais de 2022 e torna os cenários mais definidos para o eleitorado, contudo, algumas candidaturas ainda podem ter o status alterado.
Em alguns estados, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) local indeferiu candidaturas, mas os postulantes ainda podem fazer campanha e, até mesmo, ter o nome na urna, até que o TSE avalie todos os recursos. Caso a decisão final seja negativa para o candidato, os votos destinados a ele não serão contabilizados.
Distrito Federal
Dois dos postulantes ao governo do Distrito Federal ainda esperam a confirmação de suas candidaturas, Izalci Lucas (PSDB) e Paulo Octávio (PSD). O senador tucano está inelegível após a quinta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubar uma liminar que suspendia sua condenação por peculato, ocorrida em 2010. Já Paulo Octávio, aguarda decisão judicial acerca de uma impugnação apresentada pela coligação do então governador Ibaneis Rocha (MDB) com alegação de que o empresário não teria deixado a administração de suas empresas que têm contratos com o GDF dentro do prazo. Paulo Octávio também pode estar inelegível devido a uma condenação por improbidade administrativa.
Rio de Janeiro
O nome de Washington Reis (MDB) foi indeferido pelo TSE nas candidaturas majoritárias no Rio de Janeiro. O ex-prefeito de Duque de Caxias tentou se candidatar a vice-governador na chapa de Cláudio Castro (PL), porém, foi barrado na Lei da Ficha Limpa, já que foi condenado em 2016 por crime ambiental e loteamento irregular e não conseguiu reverter o quadro no Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o atual governador apresentou o deputado estadual Thiago Pampolha (União) como novo candidato a vice pela chapa.
Rondônia
Um dos principais nomes na corrida ao governo do estado, Ivo Cassol (PP) desistiu de concorrer ao cargo após ter confirmado sua candidatura em convenção partidária realizada no limite do prazo. O status de inelegibilidade do ex-governador, confirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), impediu que ele continuasse na disputa. Tal fato revirou o cenário eleitoral de Rondônia, que apontava para um segundo turno entre Cassol e o atual governador, Marcos Rocha (União). Na mesma situação está o senador Acir Gurgacz (PDT), candidato à reeleição, cujo processo de revisão criminal foi negado pelo STF e, portanto, continua inelegível. Sua candidatura foi inclusive indeferida pelo TSE. No entanto, apesar de ter renunciado à corrida em um primeiro momento, o parlamentar voltou à disputa e tem feito campanhas pelo estado.
Rosa Weber toma posse no STF
A ministra comandará a Corte até outubro do próximo ano
A ministra Rosa Weber tomará posse hoje, 12 de setembro, como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), em cerimônia prevista para 17h. Weber substituirá o ministro Luiz Fux, à frente da Corte desde setembro de 2020.
De perfil reservado, foi eleita pelos demais membros do Tribunal em meados de agosto, seguindo a tradição do sistema de rodízio, no qual a escolha é feita baseada nos critérios da idade e de nunca ter ocupado o cargo anteriormente. Indicada em 2011 por Dilma Rousseff, Weber construiu sua carreira na área do Direito Trabalhista, tendo sido ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) por cinco anos, entre 2006 e 2011. Apesar do mandato ter duração de dois anos, a magistrada ficará no comando do STF somente até outubro de 2023, quando completa 75 anos e se aposentará compulsoriamente.
Destaca-se que a ministra convidou todos os candidatos à Presidência da República para o evento. Visto a presença dos principais presidenciáveis na posse de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a expectativa era que comparecessem também nesta segunda-feira. No entanto, a assessoria do ex-presidente Lula informou que ele não deve ir em decorrência de compromissos da sua agenda de campanha. Bolsonaro ainda não se manifestou.
Estadão promove nova rodada de sabatinas com presidenciáveis
Sabatina de Bolsonaro será a primeira e acontece nesta sexta-feira
O Estadão, em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), começará nesta semana uma série de sabatinas com os principais presidenciáveis na disputa. Apesar de ainda não ter confirmado presença, o primeiro sorteado foi o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, cuja sabatina está prevista para sexta-feira, 16 de setembro.
Bolsonaro tem preferido dar entrevistas para meios de comunicação mais alinhados com suas pautas, de modo a evitar conflitos nessas semanas próximas às eleições. Caso confirme participação, a expectativa é que o ex-presidente Lula (PT) também compareça. Todavia, destaca-se que, até o momento, nenhum dos candidatos confirmou presença.
Programação das sabatinas:
Candidato (a) | Data |
Jair Bolsonaro (PL) | 16/09 (sexta-feira) |
Simone Tebet (MDB) | 19/09 (segunda-feira) |
Lula (PT) | 20/09 (terça-feira) |
Ciro Gomes (PDT) | 21/09 (quarta-feira) |
- Todas as sabatinas terão início às 10h, no auditório da FAAP, com transmissão nas plataformas digitais do Estadão.
Dia da Independência pode influenciar resultados de pesquisas
Ipespe revela movimentação de 1% de Ciro Gomes para Bolsonaro
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às ruas na última quarta-feira, 7 de setembro, utilizando as celebrações do Dia da Independência para manifestar em “defesa da liberdade”. Como antecipado no último CeT, os atos contaram com financiamento de empresários do ramo do agronegócio, forte base de apoio para a reeleição de Bolsonaro.
Um dia após as comemorações, o PDT, partido que tem Ciro Gomes como candidato à presidência, ajuizou ação de investigação contra o atual presidente o acusando de fazer uso do desfile de Independência, promovido com dinheiro público, para realizar campanha eleitoral. Durante a última live semanal que realiza nas redes sociais, Bolsonaro respondeu que, finalizado o desfile cívico-militar, ele teria retirado a faixa presidencial e subido em carro de som custeado por ele.
Mesmo que a chance de impugnação da candidatura de Bolsonaro seja mínima, os atos de 7 de setembro ainda podem influenciar os caminhos das eleições. Apesar da equipe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliar que os atos não ultrapassaram o eleitorado já confirmado do atual presidente, uma análise das últimas pesquisas divulgadas pelo Ipespe, antes e depois das manifestações, mostram parte das intenções de voto do ex-ministro e candidato Ciro Gomes (PDT) sendo transferidas para Bolsonaro.
Os dados divulgados em 3 de setembro (BR-09344/2022) apontavam Lula com 44% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro estava com 35%, Ciro Gomes (PDT) com 9% e Simone Tebet (MDB) com 5%. Já os resultados do dia 10 (BR-07606/2022) mostram Lula e Tebet estabilizados nos mesmos percentuais anteriores, Bolsonaro com 36% e Ciro com 8%.
A oscilação apresentada encontra-se dentro da margem de erro dos dois levantamentos, que é de 3 pontos percentuais. Contudo, outras pesquisas têm mostrado a mesma movimentação, como é o caso dos resultados do Datafolha, onde o pedetista caiu dois pontos. De acordo com matéria publicada pelo O Globo, integrantes da campanha de Ciro avaliam que o candidato tem errado na estratégia de atacar o ex-aliado Lula e fazer acenos para a direito, o que tem beneficiado Bolsonaro.