Cenário Geral
Na última semana antes do segundo turno, a tendência é que as eleições continuem permeando as discussões políticas. No Congresso, não há sessão prevista na Câmara dos Deputados. No Senado, foi convocada sessão para amanhã, 25 de outubro, a fim de votar medidas provisórias prestes a vencer, a MP 1126/22, sobre a compra de vacinas pelo setor privado, e a MP 1127/22, que reajusta as taxas de ocupação dos terrenos da União, além do PLP 7/2022, que destina recursos para santas casas. Após as eleições, a expectativa é que os senadores apreciem matérias que estão paradas na Casa há algum tempo, como o PL do Autocontrole, o Marco das Garantias, o Licenciamento Ambiental, o PL dos Jogos de Azar, assim como uma fonte de custeio para o piso da enfermagem.
Presidenciáveis e candidatos ao governo se mobilizam nos últimos dias de campanha
No domingo, 12 estados terão segundo turno para governador
O que será decidido?
Faltam seis dias para o segundo turno das eleições gerais deste ano, na qual serão decididos os governadores de 12 estados, além do futuro presidente da República. Em alguns cenários locais, a polarização presidencial é refletida, em outros casos esse fator não é substancial.
Presidência
Na reta final das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) devem apostar todas as fichas em suas campanhas. A última cartada será o debate da Globo, previsto para sexta-feira, 28 de outubro, às 21h30, para o qual ambos os presidenciáveis confirmaram presença. O esperado é que o alto índice de rejeição dos candidatos seja a principal munição a ser utilizada pelos dois lados, tanto no debate, quanto nos últimos dias de campanha.
São Paulo
São Paulo é um dos estados que refletem vigorosamente a polarização presidencial. Com o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos nomes mais fiéis ao presidente Jair Bolsonaro (PL), contra o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), representante do ex-presidente Lula (PT) no estado. A influência dos presidenciáveis é colocada na campanha dos candidatos ao governo, mas vale ressaltar que, nos debates, ambos procuram manter o nível técnico das discussões e têm buscado apoio na apresentação de propostas. As pesquisas eleitorais mais recentes mostram vantagem significativa de Tarcísio. O Instituto Paraná Pesquisas divulgou na última sexta-feira, 21 de outubro, vantagem de 15% ao nome do Republicanos, com 57,5% dos votos válidos contra 42,5% de Haddad.
Rondônia
Na corrida ao Palácio Rio Madeira, ambos os candidatos são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A disputa se dá entre o atual governador, Marcos Rocha (União), e o senador licenciado Marcos Rogério (PL). No início das campanhas do segundo turno, o senador conseguiu impedir, por decisão judicial, que o atual governador utilizasse a imagem do presidente durante a propaganda eleitoral televisiva. Enquanto para o presidente o palanque duplo é positivo, para Marcos Rogério a relutância de Bolsonaro em apoiar integralmente sua candidatura é uma barreira para a vitória. Isto porque, até então, as poucas pesquisas feitas apontam empate técnico entre os candidatos.
Pernambuco
O cenário eleitoral de Pernambuco sofreu uma reviravolta entre o primeiro e segundo turno. Marília Arraes (Solidariedade), que liderava com folga as pesquisas eleitorais no estado, terminou o primeiro turno com apenas 23,85% dos votos, contra 21,1% de Raquel Lyra (PSDB). Ainda, as pesquisas mais recentes apontam que a distância de 2,75% favorável à Arraes não se manteve e, agora, Lyra está à frente. Ex-prefeita de Caruaru por dois mandatos, o nome de Raquel tem pulverizado no interior do estado. O infortúnio falecimento de seu marido também sensibilizou mais eleitores em torno de sua candidatura. Do outro lado, a ex-deputada federal Marília Arraes procura se fortalecer ao vincular seu nome ao do ex-presidente Lula, pilar de sua campanha. O petista venceu nas urnas do estado com 65% dos votos no primeiro turno. Enquanto isso, Lyra não declarou apoio a nenhum presidenciável.
Alagoas
O segundo turno em Alagoas está sendo influenciado por denúncia de suposta “rachadinha” no gabinete do atual governador Paulo Dantas (MDB) enquanto ainda era deputado estadual. O seu adversário, senador Rodrigo Cunha (União), tem buscado crescer em cima da polêmica, se projetando como outsider da política alagoana. A polarização nacional se reflete apenas no apoio de Lula a Dantas, que também é apoiado pela família Calheiros. Já Cunha, se recusa a apoiar Bolsonaro, mas conta com o prefeito de Maceió, JHC (PSB), e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), em seus palanques.
Demais disputas
Amazonas | Wilson Lima (União) x Eduardo Braga (MDB) |
Bahia | Jerônimo Rodrigues (PT) x ACM Neto (União) |
Espírito Santo | Renato Casagrande (PSB) x Manato (PL) |
Mato Grosso do Sul | Capitão Contar (PRTB) x Eduardo Riedel (PSDB) |
Paraíba | João Azevêdo (PSB) x Pedro Cunha Lima (PSDB) |
Rio Grande do Sul | Onyx Lorenzoni (PL) x Eduardo Leite (PSDB) |
Santa Catarina | Jorginho Mello (PL) x Décio Lima (PT) |
Sergipe | Rogério Carvalho (PT) x Fábio (PSD) |
Moraes amplia poder do TSE e semana tende a ser tensa
Nova resolução aprovada pelo Tribunal amplia o poder de polícia do órgão e pode gerar tensão entre campanhas
A última semana para o fim da corrida eleitoral se inicia com clima de suspense. Ao mesmo tempo em que a disputa entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) se mostra cada vez mais concorrida, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, está marcando os passos de ambos os candidatos cada vez mais de perto.
Na última quinta-feira, 20, o TSE aprovou resolução em que amplia o poder de polícia do órgão nos dias que antecedem o pleito. O texto impõe multa às redes sociais que não retirarem publicações consideradas falsas pelo Tribunal em uma hora após a intimação. Na prática, a medida obriga as empresas a tirar do ar, em até duas horas. a as publicações listadas pelo TSE, dado o grande volume e a incapacidade de análise do conteúdo.
Não se sabe, ainda, se a Corte buscará extrapolar ainda mais seu poder de fiscalização das campanhas, que devem subir o tom de suas peças publicitárias na busca por ampliar as rejeições dos adversários. Apesar disso, a tendência é de que as intervenções do Tribunal aumentem.
Copom se reúne nesta semana
A expectativa é de manutenção da taxa Selic
Está agendada para os dias 25 e 26 de outubro, a quatro dias antes do segundo turno das eleições, a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Embora o Banco Central seja um órgão técnico e independente, a expectativa é de que a atual taxa básica de juros (taxa) Selic seja mantida em 13,25%. Além do contexto eleitoral, outras leituras nos levam a crer nessa projeção. A economia brasileira aparece bem no mercado mundial, com a 4ª menor taxa de inflação acumulada de janeiro a setembro de 2022, com o índice de 4,1%, segundo a agência Austing Rating, atrás apenas do Japão (2,8%), Arábia Saudita (2,7%) e China (1,9%).
Por fim, o Fundo Monetário Internacional (FMI), recentemente ampliou a projeção do PIB brasileiro em 2022, de 1,7% para 2,8%.
A dúvida, no momento, é se a taxa atual permanecerá no mesmo patamar após o dia 30. Isso porque, em ano eleitoral, é comum que o governo tente segurar aumentos nos preços dos combustíveis, principalmente.